segunda-feira, 30 de março de 2015

O trail

Pois, o trail.
Estava ansiosa e quase não dormi. 
Estava cheia de vontade de começar mas estava tanta gente, muitas equipas, gente com mais vontade que eu, gente que só tem pele e osso, gente com bastantes mais gorduras que as minhas. Não interessa, o que interessa mesmo é a festa, é a diversão, é a experiência porque nunca na minha vida tinha participado numa prova desportiva nem nunca tal coisa alguma vez me passou pela cabeça.
Saímos em correria mas como não corro tanto como os outros, ao chegar à primeira subida no monte já ia tudo a caminhar e em fila indiana por isso, mesmo que quisesse correr mais um bocado não dava. Bom, pelo menos percebi que não era a única a abafar nas subidas e a parar quando vê uma subida acentuada. Os aproximadamente 200 que iam comigo partilhavam do mesmo estado física e falta de preparação. 
A partir daqui foi quase sempre a subir, deu para correr uns 2 minutos de meia em meia hora. De resto era muitas subidas, muitas pedras, pedregulhos, muitas raízes, tudo aquilo que eu já sabia mas que contava que entre as subidas houvesse mais rectas, mas não. Houve uma altura que até de gatas tive de subir. É trail!
As descidas também não eram melhores, bem tentava correr mas havia muita pedra solta e estava sempre a escorregar. Numa das descidas tivemos que fazer um cordão humano para nos ajudar-mos uns aos outros a descer.
De novo subir, subir, subir. Eu só olhava para o gráfico do post anterior, que vinha impresso no dorsal e só pensava que a última subida já tinha passado, afinal já tinha subido e descido mais vezes do que as que aparecia no gráfico mas o marido dizia que não, o pior ainda estava para vir. E o pior é que ele tinha razão! Voltamos a subir, e esta subida deu cabo dos meus músculos todos. Chegamos ao topo e finalmente começamos a descer, mas era só escadas e mais escadas, depois lá chegamos a uma altura em era só correr uns 5kms até à meta...isto se eu tivesse pernas para isso porque estava toda dorida e já só mancava de um lado, mancava de outro. Mas corri, corri o mais que pude.
Volta e meia ouvia-se o pessoal a gritar no monte porque se faz muito silêncio. Já nestes últimos 5kms entramos numa quinta e ouvi gritar mas pensei que fosse o pessoal no monte. De repente vejo um Senhor estendido num degrau ao pé de uma fonte. Paramos e perguntamos se estava bem. Estava com cãibras e cada vez que se lhe tocava na perna ele gritava. Fez-me muita pena. Nunca tinha visto ninguém com cãibras embora o marido tenho dito que em provas de BTT já teve nas duas pernas ao mesmo tempo. Mas eu não vi. Vi aquele Senhor e fiquei com muita pena dele, faltavam 5kms para a meta, era a parte melhor e ele ficou ali pelo caminho. Tentamos ajudar o mais que pudemos mas ele estava desanimado e pediu para o deixarmos.
Voltei a correr o mais que pude que não era muito mas corri até à meta. 
Nem vou falar da minha classificação porque embora nem tenha tido o prazer de conhecer o "homem-vassoura", a minha classificação conta-se melhor de último para primeiro do que o contrário. Mas cheguei ao fim e era esse o meu objectivo. Ainda trouxemos os prémios de "finisher", que incluiu uma garrafa de vinho, umas meias e outra coisa que eu tenho de descobrir para que serve!

Diverti-me imenso, o percurso foi espectacular. Eu já conhecia aquele monte, já fui lá muitas vezes de carro. Mas a partir de agora vou olhar para ele com outros olhos! Tivemos 2 abastecimentos pelo caminho e mais um no fim mas como sempre eu não tinha muita fome. Comi marmelada, bolas de berlim e coisas nojentas, cheias de açúcar, que eu detesto mas que precisava. Ficava-me no presunto e nas batatas fritas que tinha no 2º. abastecimento mas eu já estava tão cansada, já nem contava com aquele e já só queria chegar ao fim. 

O balanço foi positivo: não caí, não tive cãibras, cheguei viva e feliz!

Apesar de ter sido muito difícil e andar cheia de dores no corpo todo que mal me posso mexer, já decidi: acabaram-se as corridas na estrada. A hora mudou e agora as corridas vão ser só no monte. Vou treinar as subidas e as descidas e já não quero outra coisa. Venha o próximo que eu já me vou preparar para ele.

quinta-feira, 26 de março de 2015

10 Anos!

Há 10 anos atrás era então sábado de Páscoa. No dia anterior, como não tinha mais nada para fazer tinha comido amêndoas atrás de amêndoas e quando acordei estava cheia de dores de barriga. Quem me mandou comer tanta amêndoa, sabendo eu que me faz tão mal. Desejei tanto não ter as comido, agora estava ali contorcida de dores. Escondi-as, não voltaria a pegar nelas até me lembrar deste triste episódio. Passei a manhã toda cheia de dores. Mas começo a perceber que as minhas dores iam e vinham e parecia que tinham hora marcada, só apareciam de x em x tempo. Comecei a achar estranho e comecei a controlar o tempo. E vai que afinal não eram amêndoas nenhumas, era apenas o meu M. que finalmente se decidia a nascer! 
Nasceu às 18h muito chorão e muito mamão! Ao contrário do irmão que nasceu loirinho e de olho azul, herança da mãe, o M. nasceu moreno, cabelos pretos e uns grandes olhos castanhos, herança do pai. Lindo, lindo!
Há 10 anos o nosso mundo ficou mais rico, mais carinhoso, mais amoroso, mais fofo, mais doce! Apesar de todos os contratempos que nos tem feito passar nestes 10 anos é talvez por isso um menino mais mimado e que nos sabe tão bem dar a volta quando estamos zangados, com a sua carinha de piedade, com os carinhos que nos faz, com o amor que nos dá. 

Hoje, é o único dia no ano em que aquela grande cadeia de fast-food recebe a nossa visita. Espero bem que estendam o tapete vermelho, gente importante vai visitá-los! É o único lá de casa que gosta de lá ir e já sabe que isso só acontece no aniversário dele. Hoje vai acompanhado de mais dois amiguinhos, os amigos do coração, diz ele. Depois segue-se festa rija em casa com o resto da família.

Parabéns meu príncipe!

(Eu não sei como expressar isto mas sinto uma felicidade tão grande dentro de mim que parece uma bola de energia prestes a explodir a qualquer momento. É sempre assim nos aniversários cá de casa, é a gente da minha vida, os meus amores e eu irradio de felicidade por todos os cantos, por mim e por eles.)

terça-feira, 24 de março de 2015

As crianças têm sempre razão

Hoje à hora de almoço tive de ficar com a minha sobrinha de 6 anos. Enquanto almoçava, diz-me ela:
"Sabes tia, estive a pensar (ui, quando uma criança de 6 anos pensa nunca sai coisa boa) e acho que devia ser sempre assim: sábado, domingo, sábado, domingo, sábado, domingo". Quanto a vocês não sei, mas eu concordo plenamente!

segunda-feira, 23 de março de 2015

Último treino

Sábado fizemos o último treino para o trail que é já no próximo domingo. 
Corremos no monte para que eu me preparasse e soubesse o que me espera :)
Primeiros 2kms correram mal, muito mal. Mal começamos a correr a minha respiração começou a ficar ofegante e como eram só subidas não havia meio de passar. Não me sentia bem, faltava-me qualquer coisa para além do ar. O marido ia insistindo comigo e dizendo que era normal, eu deveria estar cansada pois só tinha passado um dia desde o último treino e que tinha sido pesado para mim. Sentia-me sem forças nenhumas, cada vez que via uma subida só me apetecia chorar. Ele ia puxando por mim, ia tentando me animar mas eu comecei a sentir tanto cansaço que não aguentei. Sentei-me numa pedra e comecei a chorar. Ele insistiu para eu não me preocupar que não se passava nada de anormal, era aceitável o que estava a sentir. Comecei a pensar em desistir já que ainda estávamos a começar. Mas deixei de ter vontade de chorar e tentei novamente.
Como sempre, chorar para mim não é sinal de fraqueza, antes pelo contrário, alivia-me a alma, põe-me mais calma e dá-me mais força.
Depois deste episódio olhava para cada subida como um desafio, queria mais e mais subidas mais pedras, mais raízes. Paramos algumas vezes para apreciar a vista fantástica. Fiquei encantada e agradecida porque os donos das matas resolveram limpá-las e se a sensação de liberdade já é fantástica, com os montes limpos desfrutamos muito mais, é brutal!
Consegui fazer 12kms em 1h50m. Fiquei desiludida mas o marido diz que para ser trail que é muito bom. Eu só sei que fiquei toda dorida nas pernas e que ainda hoje estou. Mas ficamos por aqui, até ao trail está tudo feito, seja o que Deus quiser. Eu já só penso que o "homem-vassoura" vai ter muito trabalho comigo mas paciência, temos que começar por algum lado!

sexta-feira, 20 de março de 2015

Sempre a abrir

Era dia de festa da princesa, andava com uma dor de cabeça chata da qual já não havia memória e um desafio. O desafio de fazer a última preparação para o trail, que é já na próxima semana, acrescentando mais um ou dois quilómetros. E o medo, de não conseguir, acompanha-me sempre. Tenho de aprender a relaxar!
Atrapalha-me sempre os horários. Normalmente o horário para ir buscar os meninos, ontem era o horário da festa de anos. Não gosto que esperem por mim e tinha receio de não conseguir chegar à hora marcada. Nos primeiros 3kms é sempre a mesma coisa, vontade de desistir. Por acaso ontem estava bem fisicamente, tirando a dor de cabeça que me aborrecia mas não me doíam as pernas embora estivesse sempre com receio que acontecesse como terça-feira e que não aguentasse as dores. Mas nada me fez parar. Até aos 10kms corri como se estivesse a começar, estava bem, e era capaz de fazer mais uns quilómetros. Não corria muito depressa, tinha um ritmo certo e é assim que gosto. O meu stress com as horas não me deixou ir mais além, embora eu quisesse muito, por isso voltamos a casa. Estes últimos 3kms de volta são sempre os mais dolorosos, é sempre a subir e ontem corria contra o vento o que me dificultou ainda mais. 
No total foram 13kms em 1h30m. Não fiquei satisfeita. Queria fazer os 15kms para ter a certeza que consigo. Por isso este ainda não foi o último treino longo. Vai ser sábado e vai ser só monte. A ver como corre e se estou preparada para o trail. 

quinta-feira, 19 de março de 2015

Hoje não há lágrimas, hoje é dia de festa

Hoje é Dia do Pai. Faz precisamente hoje 2 meses que o meu partiu. 
Nunca festejamos este dia, ele não gostava. Dizia que era tudo comércio porque o dia do pai era todos os dias.Mas era sempre lembrado nem que fosse com um beijo. Hoje, onde quer que esteja, já recebeu o meu.

Mas hoje também é dia de festa e a presença dele vai fazer-se sentir. Porque hoje é o aniversário da D., a minha sobrinha e afilhada. Ela que ficou tão triste porque o "Zé", como lhe chamava, não esperou pelo aniversário dela, mas não é por isso que não será festejado. 
Era já quase sem forças e com um pouco de esforço, a voz quase não se fazia ouvir e as palmas saíam curtas e vagarosas. Mas o que não desaparecia era o sorriso, de ver os netos felizes aos gritos a cantar os parabéns como se quisessem gritar ao mundo que estão vivos. 
Hoje contamos com o "Zé" para nos dar força para cantar os parabéns e abraçar a D. quando soprar as 9 velas.

PARABÉNS D.!

quarta-feira, 18 de março de 2015

Eu não disse nada, o aviso fala por si

(Encontrei-o hoje numa estrada que estava em obras)

Há dias assim

Ontem foi um dia menos bom. Andei com a moral em baixo, o dia não correu muito bem.
Vontade de ir correr nunca há, ontem muito menos havia. Mas tenho que treinar para o trail, por isso mal cheguei a casa equipei-me logo, lanchei e preparei-me para sair. O marido chegou mais tarde e não havia maneira de sair de casa. Ou porque se esqueceu disto, agora foi aquilo, agora falta não sei quê...ainda dizem que são as mulheres. Saímos tarde, a minha falta de vontade e a tristeza que sentia também não estavam a ajudar nada. Comecei a sentir dores nas pernas muito cedo, ainda por cima ele estava sempre a resmungar comigo, porque eu não estava a correr nada, para me despachar, para abrir mais o passo, estamos a demorar mais que o habitual...a determinada altura só me apetecia parar e chorar. Se estava mal fiquei pior e as dores nas pernas não me davam tréguas. Corri como podia. Cruzamo-nos com um senhor lá da terra que também corria. Queria muito acertar o passo com ele mas eu já me arrastava estrada fora. Comecei a pensar no trail e que não vou conseguir chegar ao fim. Fiquei mais triste ainda. Raio de treino aterrador. Espreitei o Senhor e tentei ser puxada por ele mas ele não corria, acho que voava! Num abrir e fechar de olhos deixei de o ver. Afastei os pensamentos menos bons e pensei que eu não sou o Senhor que já corre há muito tempo (já o ano passado por esta altura eu o via correr) e eu não tenho de correr como os outros. Tenho de correr com o que tenho e como eu posso. 
Cheguei a casa cheia de dores. Estiquei, estiquei mas não resultou muito. E afinal, afinal, fizemos quase o mesmo percurso no mesmo tempo. Mas nem estou preocupada com isso. Apesar de estar aborrecida fez-me bem ir correr. Não quero perder esta rotina. Tenho de pensar que em dias destes tenho que programar outros pensamentos e não me deixar abalar pelos sentimentos que se apoderam de mim.
(Esta manhã na balança já apareceu um digito a menos!)

terça-feira, 17 de março de 2015

Coisas da minha vida

O filho mais velho vai fazer um "contrato de leitura" na escola. Todos os rapazes têm de vestir calça de ganga, camisa branca, gravata azul escura e um blazer a gosto. Não queria muito comprar-lhe um blazer, são muito caros e vai usar apenas uma vez e por isso andei a ver na família se algum lhe servia. Tínhamos já decidido por um mas eu não gostava muito do corte e andava com aquilo na cabeça. Está a chegar o dia e eu lembro-me de procurar na net. Vejo um que gosto muito, está em muito bom preço e num impulso compro-o porque o dito contrato é já daqui a dois dias. No dia seguinte chega a encomenda e eu satisfeita com o que recebo mando-lhe um e-mail com o link do blazer, digo-lhe que o comprei e pergunto se gosta.
Resposta dele: "obrigada mãe, adorei o blazer! Mas a professora disse-nos hoje que o contrato tinha ficado adiado para Junho"!

segunda-feira, 16 de março de 2015

Pedras no caminho

Foi o que mais encontrei este sábado no BTT.
Não posso dizer que foi bom ou que correu bem. Gostei de conhecer novos trilhos mas a falta de prática e de técnica condicionaram o caminho quase todo. Subidas inclinadas, muitas pedras, pedrinhas e pedregulhos, terreno muito acidentado, muita água e muita lama. Caí muitas vezes, nada de grave apenas pisei uma perna, mas se também faz parte é tudo uma questão de paciência, insistência e treino. Há uns tempos atrás se me levassem por estes trilhos, desistia. Mas hoje penso, se na corrida fui insistindo e hoje já não me custa tanto fazer subidas, no BTT acontecerá o mesmo. Tudo faz parte, é apenas uma questão de treino. Com calma e tempo eu chego lá e não posso querer tudo num dia porque ainda há pouco comecei.
Tenho pena que o BTT seja apenas uma vez por semana e que haja sempre pausas. Eu gosto de andar no monte, aquela paz e aquele sossego trazem logo outro ânimo ao nosso dia. Em dias como o sábado passado em que o tempo estava fantástico é a melhor forma de começar um fim de semana. 

sexta-feira, 13 de março de 2015

Nunca imaginei

Quando comecei a correr, há 4 meses, eram apenas 3kms. Chegava a casa com a língua de fora, e com o coração a bombar de tal forma que parecia que me saía pela boca. A muito custo, porque era muito preguiçosa, lá aumentei o percurso para 5 kms, depois 6 Kms e senti-me nas nuvens. Passei para nove e pensei que não conseguia muito mais que isso. 
Esta semana, já acompanhada pelo marido, fomos treinar para o trail com subidas e descidas mais acentuadas. Terça-feira cheguei a casa toda rota, com dores por todos os lados mas foram 11kms! No dia seguinte nem me mexia. Ontem ainda estava muito cansada mas consegui o mesmo percurso, o mesmo tempo e já não fiquei tão dorida.
Ele diz que vamos manter os mesmos Kms até ao trail. Eu gostaria de fazer mais um pouco para ver se aguento mas ele diz que no trail é mais fácil apesar de serem mais Kms.
Seja como for, há uns tempos atrás isto era impensável para mim. Nunca imaginei conseguir correr tantos quilómetros seguidos sem parar. Mais um tempinho e acho que consigo medir forças com os cães que insistem em ladrar-me aos ouvidos cada vez que passo a correr.

Hoje corri toda a noite

Sonhei que tinha ido ao trail. 
Que ia num grupo que corria como eu, num percurso de altos e baixos, pedras. O percurso estava sinalizado com cores, o amarelo era o caminho errado e o verde era o caminho correcto. Enganámos-nos imensas vezes e tínhamos de voltar para trás. E corríamos, corríamos e nunca mais chegávamos à meta mas até me divertia.
Pudera não acordar cansada!

quinta-feira, 12 de março de 2015

sexta-feira, 6 de março de 2015

Hoje sim

Hoje já parece Primavera!

Parece que resulta

Sou um bocadinho ignorante no que diz respeito a alimentação e desporto. Nunca tive cuidados com a alimentação, sempre comi de tudo e quando me apetecia e nunca tive problemas. Só que a idade não perdoa e os maus hábitos que se criam deixam mazelas e são mais difíceis de deixar. Por isso, agora que optei por uma alimentação mais saudável, o meu corpo ressentiu-se e nunca sei muito bem o que faz bem e o que faz mal. Comecei a comer mais fruta e legumes e deixei as bolachas e os bolos de lado. Comecei a fazer desporto e a vontade de comer diminuiu. Então no que respeita a doces, só de pensar já me enojam.
Há 2 anos fiz uma formação muito pequenina em nutrição e dietética mas eu não percebi nada. Até porque não fui à bola com a formadora e como ela não era exemplo de nada, visto que dava 3 de mim, não tinha qualquer credibilidade naquilo que dizia.
Ontem, dia de corrida, antes de sair lanchei então o pãozinho com marmelada e um chá com açúcar. Custou-me imenso, já há muito que não comia marmelada e aquele açúcar todo enojou-me um bocado. Saí para correr mas as minhas pernas ainda estavam doridas de terça-feira e custou bastante No inicio, já me sentia a desanimar. Foi até os músculos aquecerem, a partir daí fui sempre bem. Fiz os 9kms mas da próxima tenho de alterar o percurso. Estou cansada deste. 
Notei diferença. Fiz o mesmo tempo que na terça, 59 minutos mas com muito menos esforço. Não me senti fraquejar, senti mais força, mais vontade. Costumo sentir-me a correr quase com a cara no chão de tão fraca e ontem não me senti assim. A meio da corrida ainda tentei meter um rebuçado à boca mas não conseguia respirar enquanto mastigava por isso foi boca fora!
Vou experimentar também com os frutos secos para ir alternando o lanche. 
Reparei desta vez, talvez porque fui (ainda) mais tarde, que há mais gente a correr nas ruas. Começa a aparecer o tempo bom e toda a gente já corre. Está tudo a mexer!

quarta-feira, 4 de março de 2015

Eu consigo

Sim, ando numa de que consigo tudo e mais alguma coisa, contrariando as vozes que muitas vezes nos chegam do lado.
Esta semana ando a correr novamente sozinha.
Ontem era o dia mas como o tempo estava incerto e diziam que hoje é que ia estar sol, fiquei na dúvida se ia ontem ou deixava para hoje.
Cheguei a casa e não havia ninguém. Não havia marido para me emprestar o telemóvel para eu registar o meu percurso e não havia filho para me emprestar o mp3. Chegaram os 2, tão tarde que já tinha desistido. Mas o marido incentivou-me, diz que tratava do jantar e de ir buscar o filho mais novo para eu ir e não me preocupar.
Tive de levar o mp3 do marido porque o do filho não tinha bateria. Mais valia ter ido sem nada, música de embalar para correr não está com nada. O susto foi quando começaram as músicas do "Bom, o mau e o Vilão" que só ouvia tiros e fez-me parar para perceber se era música ou outra coisa qualquer. Fiz o percurso dos 9 kms, dei tudo o que tinha e que não tinha. Queria chegar orgulhosa a casa e mostrar ao marido o que tinha feito e a velocidade com que fazia as subidas.
Cheguei a casa com 59minutos, sei que foi bom e o marido também diz que foi.
Mas é só isso que tenho para dizer. O meu marido tem a tecnologia mas não percebe nada daquilo e já não é a primeira vez que, não sei o que ele faz, que não grava nada. Só cronometrou. Fiquei danada. Vou ter que arranjar um telemóvel, ou um aparelho qualquer para mim. Eu não uso nada e tenho mais jeito para essas coisas. Logo no dia em que me parti toda. Puxei muito por mim. Mas o que senti ontem, é que tenho pernas para muito mais. Quando eu queria puxava pelas pernas e até corria. Não tenho muito mais caixa, a minha respiração ainda é ofegante mas eu conseguia mais. Faltava-me força. Ele diz que é falta de açúcar, que eu sou uma teimosa que nunca quero comer antes de sair. Mas se eu não tenho fome, porque vou comer? Resta dizer que o meu lanche é fruta com bolachas de água e sal.
Hoje vou ao supermercado comprar marmelada para comer antes de sair. Mas só de pensar nisso já me dá vómitos. Eu deixei de ter vontade de comer coisas doces há já algum tempo. Nem chocolate me atrai.
Um apelo aos que me lêem e que percebem mais disto: será mesmo falta de açúcar ou sou eu que sou preguiçosa ou sou eu que não posso querer mais do que consigo? 
Se for falta de açúcar, deverei comer açúcar antes de sair ou é suficiente comer apenas ao lanche?
Se me poderem dar uma ajudinha agradeço. Se quiserem podem sempre enviar um e-mail que está ali mesmo ao lado mas que deixo aqui na mesma: querosubiramontanha@gmail.com. Dos que me lêem, se houver aí gente que tem mais experiência e que me queiram dar mais alguns conselhos, estejam à vontade, eu preciso e agradeço.

segunda-feira, 2 de março de 2015

Desilusões de fim de semana

Sábado acordo e vejo o meu quarto a andar a roda. Tudo roda mas nada cai e tento pôr-me a pé mas o chão também roda e as paredes teimam em colocar-se à minha frente. Agarro-me onde posso para não cair e volto para a cama. Não sinto o meu corpo e fecho os olhos a tentar perceber o que se passa mas acabo por adormecer. Quando acordo, tudo continua à roda mas mais devagar. Lentamente vou-me colocando de pé mas sem certezas do chão que piso, tenho a sensação que não estou no meu corpo. Aos pouquinhos começo a fazer algumas coisas mas a sensação de andar na lua não me larga. Vai melhorando aos pouquinhos mas não desaparece.
Primeira desilusão: Foi-se o BTT. Não posso pegar na bicicleta com a cabeça a andar à roda, caía no primeiro instante. No próximo sábado também não há porque há torneio do desporto do meu filho, é cá na terra e tenho de ajudar. Estou outra vez parada.

Domingo é dia de trail para o marido. Eu tinha pensado em ir mas 17 kms é muito para mim. Ainda a pensar que poderia ter-me inscrito, vejo que chove e afasto os meus pensamentos. Vou levá-lo aos autocarros e vejo um mar de gente pronta para ir correr. Sou atacada novamente por um friozinho na barriga e aquela sensação de que gostaria de estar ali. Vou para o sitio da partida e quando os vejo chegar sou novamente atacada por uma enorme tristeza que piora quando vejo pessoas de tal forma enchouriçadas que mais parecia que iam para o Polo Norte do que para um trail. Começo a ver outras com aquelas varas de caminhada. Vejo muita gente conhecida.
Segunda desilusão: Eu podia ter ido ao trail! Tinham dito que se podia caminhar mas eu achei que se era um trail era para correr. Se eu fosse podia ter alternado entre corrida e caminhada, não ficaria em nenhum lugar fantástico mas pelo menos sentia o gostinho de uma prova. Quando os vejo chegar cansados, felizes, molhados e cheios de lama (um dia destes falo da minha "pancada" por chuva e lama), quase morri de tristeza.

Esta semana tenho de correr, tenho de deitar cá para fora esta tristeza de fim de semana.