sexta-feira, 29 de maio de 2015

Assim gosto

Agora que o futebol acabou, o meu cunhado que é jogador, fica mais disponível para ajudar a minha irmã na loja dela, por sua vez ela tem mais disponibilidade para ir buscar as filhas e o meu filho e assim eu e o marido ficamos com mais disponibilidade para correr e para o BTT.

Ontem, apesar de ainda estar toda pisada do BTT de domingo e toda dorida da corrida de terça, mal chegamos a casa, pegamos na bike e lá fomos dar uma volta. A ideia era fazer os quase 20kms em que me iniciei mas como tínhamos tempo e como até foi rápido aumentamos o percurso para os 30kms. Foram 2 horas sempre a pedalar e desta vez sem quedas!
O percurso que fiz ontem foi exactamente o mesmo que fiz da última vez que usei as sapatilhas normais, que foi quando eu decidi que ia comprar as de encaixe. E, apesar das quedas de domingo, não me arrependo nem um bocadinho. Com tempo e com treino eu chego lá mas só à custa das sapatilhas de encaixe ganhei uma hora neste percurso para não falar das dores que senti da outra vez e desta vez não senti nada.
O marido ainda me ensinou algumas técnicas para fazer melhor as subidas sem tanto esforço e a verdade é que já as fiz melhor embora na hora tenha de pedir ajuda a todos os santos e mais alguns mas na verdade quando cheguei a casa soube-me a muito pouco. Até que gostava de tentar subir um monte, dos mais baixinhos, mas o medo de cair ainda está muito presente. Mas, xiiiuu, não lhe digam nada se ele sabe disto põe-me a subir o mais alto que há pela zona!  

quarta-feira, 27 de maio de 2015

14

Foi o nr. de  quilómetros que corri ontem. 
De volta à estrada e novamente sozinha resolvi esticar o percurso mais um bocadinho. 
Debaixo de um sol abrasador que me fez pingar desde que saí de casa fui em direcção à cidade como de costume. Foi o contraste total quando chego lá e sou envolvida pela nortada que tanto nos caracteriza. Ou era eu que já estava muito quente ou a nortada também era quente. Eu pelo menos não senti frio nenhum, mas a verdade é que me estava a fazer uma certa confusão as pessoas a caminhar na marginal com casacos de inverno e eu com uma camisola de alças. 
Estiquei o percurso mas não consegui esticar o passo. Por muitos que visse a passar por mim a voar, não consegui ter vontade de acompanhar ninguém. O cansaço de domingo ainda era muito e ao fim de 10kms estava estafada. Mesmo assim continuei até casa quase a passo de caracol mas sem parar. Reparei que a minha respiração nas subidas está bastante melhor.
O pior é quando chego a casa. Não são só as dores musculares, é o meu corpo todo que fica ressentido. Hoje, é para esquecer, mal consigo andar e subir e descer escadas é um martírio. Mas fico feliz com a minha evolução. Para quem há 6 meses começou a correr 3 kms e tinha que parar "n" de vezes pelo caminho, passado este tempo sinto uma grande vitória. Também espero evoluir assim na bicicleta mas como os treinos são com menor frequência não posso exigir demais. Mas eu chego lá, com treino tudo se conquista.

Andam por aí a falar de mim

É a Loira. Aqui.

terça-feira, 26 de maio de 2015

Não sei explicar

Mas aquela fobia que tenho pelas cobras quando corro, desaparece completamente quando vou a pedalar.

Sol, a dar espectáculo ao domingo de manhã

Não sei precisar quantas vezes foram. Talvez cinco. A determinada altura eram as lágrimas que rolavam, não pelas dores mas pela frustração, pelo desânimo, pela tristeza.

Falamos das minhas quedas na bicicleta no domingo passado. Resolveram fazer-me mais 40kms em trilhos bastante técnicos. Muita pedra solta, muito terreno acidentado, muitas raízes, muita areia. Diz o marido que da outra vez só caí uma vez, que não percebe o que se passou desta vez. Talvez eu desta vez tivesse um excesso de confiança e permiti-me fazer aquilo que da outra vez não permiti por medo. 

Da primeira vez ninguém se apercebeu que caí. Ia numa descida cheia de pedras, raízes e alguma lenha e bati em qualquer coisa e caí. Pior foi conseguir levantar-me porque tinha a bicicleta em cima da perna e o pé encaixado, cada vez que tentava levantar a bicicleta ela deslizava e eu ia com ela. Apareceram uns miúdos que tentavam subir mas desistiam logo à primeira pedra e o grupo ficou a olhar para eles. Pedi que me viessem ajudar mas a resposta obtida foi: "que se passa contigo? Que estás aí a fazer?"! Nada, ora, apeteceu-me descansar em cima do mato, coisa fofa... Os miúdos também não perceberam, eu lá desencaixei a sapatilha e desci. Mais à frente foi a vez de um grupo de caminhantes assistir aos espectáculo da queda em cima de uma raiz de uma árvore que fazia uma espécie de degrau. Consegui levantar-me bem, recusei ajuda e prossegui. Na vez seguinte estávamos parados eu ia começar a andar encaixei uma sapatilha mas não consegui pôr-me em cima da bicicleta e voltei a cair. Esfarrapei-me toda, foi no paralelo. 
Entretanto os dois irmãos do grupo foram embora tinham uma festinha em casa e não queriam chegar tarde. Não sei explicar porquê mas isso fez-me ficar triste, percebi que estávamos a andar bem devagar por minha causa. Continuei com o marido e entramos na rota das praia. As quedas sucederam-se porque os caminhos estavam cheios de areia devido à ventania que se fez sentir a semana passada e como não estou habituada mal a roda encontrava areia ficava enterrada e eu caía. 
Logo que conseguimos, entramos na estrada para casa porque era impossível continuar. Ia desanimada. Pensei em desistir, pensei em trocar para as sapatilhas normais, pensei em desistir...desistir...desistir...

Depois de tomar banho é que me apercebi bem dos estragos: estou toda pisada, nas pernas, nos joelhos, nos braços, até no rabo! Não gostei de me ver assim, isso condicionou o meu domingo porque fiquei aborrecida. Decidi não ir no próximo domingo porque não posso correr o risco de ficar mais pisada pois no domingo seguinte tenho a Comunhão da minha afilhada e vou de vestido. No domingo seguinte também não vou, é dia de festa cá na terra. Mais uma temporada sem pedalar....o marido perguntou-me se queria mesmo desistir. Ia responder que sim mas pensei: aqui está a minha atitude perante a vida, desistir à primeira dificuldade. É isto que eu faço sempre, é isto que quero continuar a fazer? Desistir é a solução? É isto que eu tanto admiro nos outros? Não, eu não vou desistir.
Mas também não posso ir nas próximas 3 semanas. Então, ele lá encontrou a solução que eu tenho pedido desde que decidi comprar as sapatilhas (mas ele não me ouve): visto que aos sábados também não vou poder, vamos fazer durante a semana o percurso onde me iniciei até ter mais segurança na bicicleta e nas sapatilhas. É irritante, os homens não ouvem nada que uma mulher lhes diz, acham que sabem sempre tudo. Se tivesse feito logo isto quando lhe pedi talvez agora não andasse agora cheia de dores e de nódoas negras.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Oooops

Depois de analisar e voltar a analisar e analisar mais uma vez a factura, diz-me para a guardar porque não concorda com o valor e tem que falar com determinada pessoa sobre o assunto. Afasta-se um pouco e começa a resmungar: "deve estar a sonhar, cinco mil euros? Foda-se! Está louco...não...nem pensar". Fico a olhar para a factura que ainda é manual, e penso que o dois está mal feito, deve ter trocado os números e chamo a atenção que não é cinco mas dois. O olhar dele é fulminante, não gosta que o chamem a atenção porque acha que nunca se engana. Devolve-me outro olhar que me mete medo, chega-se perto e aponta para um número: "O que é isto caralho? Não é um cinco?" e eu respondo "sim, é um cinco, mas isso é o nr. de contribuinte". Retira-se sem me olhar e eu engulo uma gargalhada até ficar segura que estou sozinha.

Fobia

Gosto muito do monte, de andar no monte. Desde pequena que ia com a minha avó embora naquele tempo se visse o monte como um espaço sombrio onde deveríamos passar o mínimo de tempo possível. Desde há uns anos que faço caminhadas no monte, agora juntou-se o BTT e a corrida. E era tudo muito bom, não fossem aqueles bichos rastejantes que eu tenho fobia: as cobras.

Já vi muitas, mortas. Ainda ontem vi uma enorme na estrada.
Já vi muitas na televisão com lugar a sessões de gritaria, encolhimento no sofá, agarração à almofada e a esconder um dos olhos, quando não até os dois.

Cobras vivas acho que vi 3. A primeira, andava eu na escola primária e já tinha medo de cobras. Herdei este medo horrível da minha avó. Ia para a escola e vejo uma a sair de um buraco de um muro perto de casa. Corri de volta a casa e foi uma vizinha que me levou à escola. Ainda hoje quando lá passo olho para o buraco "à procura" da cobra.

A segunda vi-a a atravessar a estrada. Não fiz muito alarido porque ia muita gente comigo, ela seguiu o caminho dela, nós seguimos o nosso.

A terceira foi o meu colega que a apanhou no estaleiro e trouxe-a para cá metida numa garrafa de plástico. Meteu-a no escritório dele do armazém e quando eu soube comecei aos gritos e aos pinchos e ainda não a tinha visto! Resolvi, a medo, ir conhecer a nova amiga. Quando ele me mostra a garrafa ela vira-se para mim de boca aberta pronta para me atacar! Ainda bem que estava dentro de uma garrafa! Mandei um berro e corri desde o armazém até ao escritório. Que horror! Esses dias foram um tormento para mim. Eu tinha medo que o colega soltasse a cobra de propósito só para me ver berrar, eu tinha medo que ela se soltasse de dentro da garrafa e andasse por aí a passear, eu andava sempre a espreitar por baixo da secretária... E cada vez que a porta cá do escritório se abre de forma automática e não entra ninguém, vou a correr espreitar e vasculhar se não foi uma cobra que entrou. É horrível!

Quando vou correr ou caminhar para o monte, é inconsciente, mas vou cheia de medo e tenho de vigiar o meu caminho. Enquanto corro olho para todos os cantos a ver se não há cobras. Eu sei que elas fogem de nós, que também elas têm medo de nós por isso fogem, mas é inconsciente, digam o que disserem eu tenho fobia. Estou sempre a pensar que pode cair uma de um pinheiro em cima de mim (eu sei que isso não acontece), eu olho para cima dos muros porque pode estar lá uma e ao ser incomodada com o meu barulho atacar-me, eu olho para as pedras, para as raízes, eu olho para todo o lado porque não consigo, é mais forte que eu. Já confundi um pedaço de mangueira riscada com uma cobra e mandei um berro. A mangueira continua no mesmo sitio e cada vez que passo lá desvio-me e olho para ter a certeza que é mesmo uma mangueira. Faço mil e uma coisas para distrair o meu pensamento mas por vezes até as raízes têm formato de cobra, ok...chega, chega, fico por aqui!

quarta-feira, 20 de maio de 2015

De volta ao monte

Desde aquele último treino para o trail, em que não consegui vencer aquelas subidas e que mais tarde voltei e não consegui mais uma vez, que eu pensava nelas e em como tinha de vencê-las.
Ontem voltamos à corrida no monte. Como os primeiros 4kms são sempre a subir torna-se muito difícil para mim pois não consigo abrandar a respiração que se torna cada vez mais ofegante. O meu medo é muito, vou o caminho todo a vigiar (vou fazer um post sobre isso) e pouco me concentro no que vou a fazer. Talvez por ir tão pouco concentrada desta vez consegui! Mais parecia que estava em fase terminal, tal era a minha respiração, mas consegui o que queria. Não posso dizer que me senti muito feliz com isso, fiquei feliz sim mas quero fazê-la de novo ainda melhor, sem ter que lutar tanto para respirar. Ainda não está como eu gosto. Mas como o marido voltou às corridas, esta semana ainda voltamos lá.
Eu corro muito devagar, então no monte nem se fala. Quando vejo a minha sombra começam os pensamentos de desânimo, enfim.
Já com a respiração controlada, quase pronta para subir o monte novamente passa por nós um rapaz a correr também. Fiquei encantada, ele corria como se estivesse a passear, não se passava nada, dava passos longos, corpo esticado, encarava o monte como se fosse o céu que ele queria alcançar. "Olhei" para mim e parecia que nem me mexia ao pé dele, parecia que corria toda encolhida e como se fosse morrer no próximo momento...que tristeza. Foquei-me nele, levantei o tronco e comecei a dar passadas mais largas como se quisesse conquistar o mundo. Deixei de vigiar o caminho. Naquele momento era apenas o cume do monte que queria conquistar mas mesmo assim corri por ali acima com mais vontade do que alguma vez tive. Quando alcancei a recta foquei-me mentalmente no rapaz e comecei a puxar pelas minhas pernas. Deixei o marido para trás que começou a correr mais rápido para me alcançar...até ao cume. Depois descemos o monte e como a descida é bastante acentuada e cheia de pedras tive que descer a passo. Mal alcancei a estrada para casa voltei a fazer o mesmo, voltei a alcançar o marido e senti-o a correr atrás de mim e a querer acompanhar-me! Quando chegamos ele perguntou-me se tinha fumado alguma erva lá pelo monte porque de repente estava a ver que não me acompanhava!
Foi bom, deu para perceber que consigo mais e melhor mas este não é o meu estilo de corrida pelo menos no monte. Gosto de correr com calma, ir conquistando aos poucos mas de vez em quando para dar uma estafa ao corpo até que me sabe bem.  

Mulher que é mulher...

Vai de fim-de-semana, olha para o armário e pensa que roupa vai levar. Vai começando com roupa simples afinal são só dois dias. Ou melhor, um dia, porque no dia em que sai já vai vestida. Mas pode estar frio e por isso prepara já um casaco que por acaso não fica bem com a roupa que escolhe para o domingo e por isso põe outro. E para jantar, claro que não vou sair com a mesma roupa por isso põe um vestido e mais um casaco para o caso de estar frio. E se não me apetece usar vestido? Então é melhor colocar outra blusa e outras calças porque não vou vestir as mesmas. Não sei como vai estar a noite por isso o melhor é pôr uma camisola mais quente e outra mais fresca. Ainda tenho de levar um vestido ou uma camisola leve para ir à piscina porque não vou andar a passear-me nos corredores de biquini...
Eu pensava que era uma mulher diferente das outras mas vai-se a ver e sou igual!

terça-feira, 19 de maio de 2015

Decisões

Sempre me desvalorizei muito e dei muito valor aos que os outros diziam. "Ah e tal tu não consegues, não vês o caso de fulana e fulana", e eu comecei a achar que os outros tinham razão, eu na verdade tinha uma tímida ambição, não era grande coisa mas não podia sonhar alto porque isso era alimentar ilusões. A verdade é que chega a um ponto que ansiamos por mais, temos uma ambição pequenina mas sentimos que ela chama por nós. E começo a querer voar. Foi um período difícil em que todos achavam que eu andava louca mas eu sabia o que queria, ainda não sabia para onde ia mas sabia o que queria. E sem mais nem porquê esse dia chegou. Uma tal coincidência que parecia irreal. Todos me diziam que tive sorte. Eu chamo-lhe outra coisa.

Mas quando me meti nessa aventura sabia que um dia chegaria ao fim. Não senti este fim como um corte de asas mas senti apenas mais impulso para voar. Afinal eu subestimava-me demais, dava demasiada importância ao que os outros diziam mas tive a confirmação que não era bem assim. Passei mais um período difícil mas o impulso que me tinha sido dado para voar ainda não tinha terminado e eu sou uma pessoa de fé. Um dia, um daqueles dias em que me continuam a dizer que tenho muita sorte mas que eu lhe chamo outra coisa, voltaram a colocar-me as asas. O voo era muito baixo como se estivesse ainda a aprender a voar mas eu esperei, porque era o que me ditava o coração. O voo começou a crescer com alguns altos e baixos porque quem voava mais alto que eu tinha receio que os pudesse ultrapassar no voo. Mas eu só queria mesmo era voar e quando os mais altos se aperceberam que juntos poderíamos ir ainda mais alto começamos a voar juntos e voamos, voamos...eu voava, cansada mas feliz.

Um destes dias sem mais nem porquê, cortaram-me uma asa e eu tive que voltar a voar cá em baixo. Esperei, porque era estranho, pensava que me cortavam uma asa mas que me davam outra, mas nada. Desde este dia que se abriu um espécie de buraco, onde caí e não consigo sair de lá. Já lutei, já esgravetei, já rastejei mas acabo sempre por cair como se houvesse uma força maior a puxar-me para o precipicio. 

Fui tentar perceber porque me tiraram a asa mas como quem a tirou não achou que fosse essa a intenção não fui muito longe mas confirmou que não me vai dar outra e voltei a cair no mesmo poço e desisti. Comecei a olhar para o lado positivo, pelo menos ainda podia voar, apenas com uma asa mas podia voar. Mas, vou ter que me contentar para sempre com uma asa? Terei eu que me acomodar ao lado positivo e ficar a ver a vida passar-me à frente? Eu gostava de poder voar pelo menos com as duas asas. Pode não ser muito alto mas com as duas asas. 

Decidi que não vou ficar parada. Continuo a valorizar o facto de voar apenas com uma asa embora quem a cortou ache que eu continuo a voar alto. Não são cegos, mas recusam ver ou veem o que lhes convém. Decidi que vou lutar, pode durar muito tempo, pode não acontecer nunca mas, pelo menos vou tentar. Procuro quem valorize o meu voo e tenho a certeza que mais cedo ou mais tarde vou encontrar. Triste e amargurada é que não vou ficar. E quando penso nesta decisão que tomei o meu coração fica calmo e feliz.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

O stress das provas nacionais

Ontem tive reunião na escola do mais novo por causa das provas nacionais do 4º. ano da próxima semana.
Falávamos do 4º. ano mas mais parecia que falávamos da entrada na universidade. Crianças com 9/10 anos ainda em idade para brincar com bonecas e carrinhos e têm agora de cumprir um monte de regras numa prova que vai decidir se eles passam ou não de ano. Se as regras não forem cumpridas (por exemplo, não podem ter os cálculos a lápis, têm de cumprir o tempo de exame mesmo que já tenham acabado, quietos e calados, etc) a prova pode ser anulada.
Não sou a favor desta prova. Dizem que é para eles se sentirem preparados para as provas que vão tendo ao longo da vida escolar, para irem preparando a forma de lidar com estas situações, etc. Eu acho que só os põe mais stressados mais cedo, porque as coisas acontecem a seu tempo e tudo tem um tempo para acontecer, não precisamos de antecipar o sofrimento principalmente falando de crianças. Qualquer dia começam a fazer provas no infantário para não terem stress na escola primária....
São crianças tão pequenas, que deveriam dormir descansadas, brincar descansadas, correr, jogar à bola e não andarem meses de stress a fazer provas e mais provas de preparação para as ditas provas, stressados, cansados...eles e nós. Ainda esta noite sonhei com as provas. Porque o meu filho é um aluno mediano e anda muito stressado com tudo isto, e quanto mais o tempo se aproxima mais ansioso fica e qualquer deslize, qualquer bloqueio, ele fica. 
E se reprovar? Se reprovar, tenho 2 dias para pagar 5€ para o inscrever para a 2ª. fase, que é só em Julho e cuja prova será oral e escrita valendo 50% cada e a nota do professor não conta. Valerá a pena sujeitar a criança mais um mês a tanto stress? 
Se o meu reprovar (tenho de colocar esta hipótese), provavelmente vai gozar as férias na paz e no sossego dele, a brincar como ele gosta de brincar e para o ano ficará retido no 4º. ano e ficará mais preparado para dar esse salto. Paciência.

Nem sempre corre bem

Terça-feira fui correr. Mais uma vez fui sozinha e como isso também significa não ter horários resolvi "esticar-me" outra vez. Depois que atinjo um determinado número de Kms já nem sei o que parece fazer menos que isso. Já não sabe a nada porque quero sempre mais. Sei que quando voltar a correr com o marido vamos ter que reduzir novamente mas, enquanto estou sozinha quero aproveitar.
Assim, terça-feira foram 13 kms. Mais uma vez não sentia qualquer dor que me fizesse parar ou não querer fazer mais. Sentia-me apenas cansada mas isso são pormenores, se não fizer mais depressa faço mais devagar como foi o caso. Foram quase 1h40m a correr, sem parar. Cheguei bem a casa, tomei um banho e aqui começou a ficar tudo mal. Cólicas e mais cólicas, umas dores que nem me aguentava de pé. Tive de me deitar sem jantar nesse dia e até ontem andei mal. Não sei se foi coincidência e apanhei alguma gastroenterite, ou se foi de correr tanto quando já não corria há 15 dias. Pode ter sido algum vírus, sim, pois tinha todos os sintomas disso mas as palavras da minha médica volta e meia voltam: "não queiras correr tudo num dia que já não és nenhuma menina".

segunda-feira, 11 de maio de 2015

O medo estraga tudo

O marido já me tinha dito que me ia "apresentar" ao grupo de BTT dele. Não contava que fosse tão cedo porque ele andava a tratar e a descansar o joelho mas como já estava farto de estar parado resolveu quebrar o jejum. Então sábado fui comprar as sapatilhas de encaixe (as do post abaixo) para experimentar no domingo. Os punhos (do post abaixo) comprei-os na net e chegaram na sexta, andava doida para andar com a bicicleta!

Ele sabia que eu andava com sede de esforço físico, aquele em que chego a casa sem me poder mexer! Os primeiros 25km correram bem. Percebi logo que as corridas me estavam a fazer falta porque a minha respiração já não estava como da última vez. Mas fui testando as sapatilhas, conseguia encaixar e desencaixar bem, embora tivesse sempre muito medo de cair. Apesar da lama que encontramos, apesar de ter de andar com a bicicleta às costas e de resmungar porque a bicicleta é maior que eu (!), apesar de as silvas me terem arranhado e andar cheia de sangue, apesar de ser uma aselha e ao sair da bicicleta bater contra o pedal e ficar toda dorida, apesar de tudo isto eu andava bem, super contente. Mas aos 25km os colegas tiveram de ir embora e seguimos sozinhos. Os trilhos começaram a ser cada vez mais difíceis, o que me obrigou a andar com a bicicleta à mão porque não queria cair pela ribanceira abaixo e ir ter ao rio. Eram trilhos muito técnicos, era a primeira vez que usava as sapatilhas e eu já estava muito cansada. De cansada começo a ficar aborrecida e fico chata, birrenta, etc. E para comemorar a primeira vez com as sapatilhas tinha que cair, claro! Bati numa pedra e caí para o lado. A partir dali não era só o cansaço, era o medo também. Cada vez que via uma subida já chorava, porque não tinha forças para subir e tinha medo de não a vencer e cair. Se visse umas pedrinhas no caminho o medo voltava. Até que não dava mais para continuar pelo monte, eu não estava em condições e viemos ter à estrada. Fizemos mais 15km por estrada, incluímos no percurso a ciclovia cá da cidade que eu ainda não tinha experimentado e voltamos. A última subida para casa foi de extremo esforço para mim. Eu já não pensava, eu só me apetecia atirar para o chão com tantas dores que tinha. Chegamos a casa com 41km e depois de um banho já me tinha esquecido do que tinha passado. Mas se me perguntarem se quero ir outra vez, eu digo que sim, mas com calma porque só de pensar já tenho medo de cair.
O balanço apesar de tudo é positivo. Não me doeram os joelhos, não me doeu a lombar e só isso já vale tudo. Agora é uma questão de tempo até me habituar às sapatilhas e perder o medo.

Estão a ver as crianças quando têm um brinquedo novo?

Foi assim que eu fiquei com as estreias do fim de semana: 






sexta-feira, 8 de maio de 2015

Frustração

Já não corria há mais de uma semana. Ora porque chovia torrencialmente, ora por causa das actividades dos meninos, ora porque a minha mãe precisava de mim, enfim, fui sempre adiando.
Decidi que ontem não estava para ninguém, o meu corpo ansiava por uma corrida. O marido tinha decidido quebrar o jejum e ir comigo. Fiquei contente por voltar ao monte mas ontem de manhã disse-me que já não ia, ao fim do almoço já ia e afinal acabou por não ir. 
O tempo não estava muito famoso por isso pus-me a caminho. 
Antes de sair tenho sempre o meu trajecto pré-definido e faço exactamente o que tinha pensado para não me atrapalhar muito em pensamentos e seguir o meu objectivo que é correr. A minha volta passa por fazer uns 3kms na freguesia, descer à cidade e voltar. Ouço o sino a tocar para funeral e entro em pânico! A minha passagem é pelo cemitério e não quero mesmo passar por lá na altura do funeral. E agora? Pareço uma barata tonta sem saber o que fazer. É o mal de fazer sempre o mesmo trajecto, no caso de um imprevisto como este não sei para onde me virar. Decidi ir em frente e lá descobri uma estrada que dava a volta por cima do cemitério e vinha ter ao mesmo sitio. É mais um km mas o meu objectivo é ir à cidade. Azar, mal passo o cemitério começam a cair umas pingas, continuei, sempre a pensar que passava mas elas eram cada vez mais e pesadas e começo a ficar com o meu casaco encharcado. Resolvo correr até encontrar abrigo e aí decidir o que faço mas foi tão difícil lá chegar que a decisão de voltar foi quase imediata. Chovia a potes e correr a chover com óculos é como conduzir sem ligar as escovas limpa para-brisas. Voltei para casa encharcada em água e com 4kms corridos. Fiquei ali parada, a olhar para a chuva. Que tristeza, que frustração...

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Amnésia

Enquanto vou passando as tardes no arquivo do estaminé a empacotar coisas antigas, são muitos os pensamentos que me vêm à mente. Tento afastar todos os que não me fazem bem parece que passo a tarde em luta constante com a minha mente. Aos poucos eu vou dominando-a, vou-lhe mostrando quem manda e não a deixo vencer. 
De repente assalta-me à memória as ervilhas...faltam-me ervilhas para o jantar. Coloco na mente uma passagem pelo supermercado quando sair do escritório. Penso em apontar "ervilhas" num papel e guardar no bolso em modo de lista de compras. Mas penso na estupidez que é marcar apenas uma coisa, eu sei que tenho de ir ao supermercado e são só ervilhas.
Saio do trabalho e de forma automática dirijo-me para o supermercado. Entro e apercebo-me que estas superfícies comerciais têm o poder de provocar amnésia nas pessoas. Percorro os corredores em busca do que lá fui comprar mas a memória trama-me. Há outro efeito que os supermercados provocam nas pessoas, é o da atracção. Somos atraídos para aquilo que não precisamos e para as porcarias que não deveríamos sequer saber que existem. Não tarda nada estou na caixa cheia de coisas que provavelmente não preciso. Chego a casa e verifico que comprei tudo, menos as ervilhas.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

O tamanho importa

O meu patrão trouxe para cá a filha de 3 anos para passar a tarde com ele. Ela é um bocadinho irrequieta e não parou enquanto não foi descobrir os cantos à casa. Quando me "descobriu", meteu conversa comigo e já não quis sair daqui. Tirei-lhe uns desenhos da net e fui-lhe buscar uma cadeira para pintar ao pé de mim. No final do dia, chega o irmão que tem 9 anos e que vem para cá muitas vezes mas qualquer tablet com jogos é suficiente para o fazer passar o dia fechado no gabinete do pai. Como a irmã estava ao pé de mim, ele resolveu-se a ficar também. Falei-lhe que também tinha um filho quase da idade dele. Perguntou-me muito admirado se tinha filhos e eu respondi-lhe que tinha dois. Ele arreguila-me os olhos e diz-me "tu não podes ter filhos!", ao que eu pergunto "porquê?": -"porque tu és muito pequena!".   

terça-feira, 5 de maio de 2015

O problema dos homens

São imensos. Todos os dias têm um problema novo. Ou há-de ser problemas com a família, ou há-de ser problemas com o carro, a mota, a bicicleta, ou uma borbulha nova que nasceu e sabe-se lá no que pode dar, ou uma dor aqui, outra ali, ou são os problemas do trabalho e esses são sempre muitos. Mas está ali uma mulher para lhe dar alento, para lhe dar conselhos, para lhe dar uns mimos ou até para mandar um berro quando insiste em afundar-se no problema. Calha de um dia uma mulher ter um problema e precisar desabafar....
...esqueçam, uma mulher não pode ter problemas e muito menos precisar de desabafar. É isso e ficar doente.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Maio



Maio vai ser um mês em cheio. Cheio de nervosismo porque uma mãe sofre sempre com as coisas dos filhos e este mês será recheado de coisas para ambos. Cheio de mudança, espero que boa, embora não queira alimentar muitas ilusões para não me desiludir. Há tanto tempo que espero Maio, finalmente chegou. Seja bem-vindo e que  me dê muitas alegrias.